segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Fraternidade em tempos de Fraternidade


Nestes dias, o nosso país tem sofrido muito. E a partir disto, é interessante falar sobre fraternidade. É preciso sempre lembrar que ela faz parte do homem e da vida em comunidade.

Ao falar em comunidade, o Brasil está atento, esperançoso e se esforçando muito na região serrana do Rio de Janeiro, sem descartar outras áreas que sofrem pelas chuvas no Sudeste.

Ao recordar tal fato, na semana passada, um temporal fez chover em 24 horas mais do que era esperado para todo o mês naquela localidade. E hoje, é considerada a pior catástrofe natural do Brasil.

Ao totalizar o número de mortos, desabrigados, desalojados, feridos e desaparecidos, a tragédia supera o registrado em janeiro do ano passado, em Angra dos Reis e, em abril, na Capital fluminense e em Niterói ( Morro do Bumba).

O que pensar diante desta realidade? Quando olhamos o balanço parcial, pois a toda hora há uma atualização de dados, são mais de 760 mortos até ontem, com uma perspectiva de chegar a 1000 vítimas fatais.

Quando observamos os sobreviventes, os desabrigados e os desalojados, só em Teresópolis podendo se chegar a um total de 7000 pessoas, nos deparamos com uma situação definida como estado de calamidade pública!

Também se menciona que ainda existem áreas em que pessoas estão isoladas precisando de alimentação, de água e de outros mantimentos que só podem chegar por helicóptero.

Os municípios mais atingidos possuem locais onde o socorro ainda não chegou, uma vez que transitar de carro por estradas está impossível por conta dos deslizamentos e quedas de barreiras, áreas alagadas e de lama, que em alguns pontos atinge até dez metros de altura.

E infelizmente, a esperança de se encontrar pessoas vivas debaixo dos escombros e da lama é cada vez menor, pois ao passar as horas, se torna mais difícil encontrar possíveis milagres.

Some-se a isto, a proliferação de doenças que estão sendo anunciadas nas TVs e rádios e que podem alcançar os sobreviventes que lutam por viver, por possíveis sobreviventes e por aqueles que tentam reconstruir o que sobrou.

Volto a perguntar: o que pensar disto tudo? Muitos acusam os próprios moradores por habitarem em áreas de risco! Porém, observamos que inclusive casas luxuosas foram destruídas.

Outros dizem que não tem onde morar, por isto migram para estes locais. Outros acusam os governos municipais que permitem estes loteamentos irregulares, que não controlam a rede de saneamento e que não fiscalizam e que nem possuem políticas de prevenção!

Acusações a parte, alguns projetos são criados, ou secretarias de defesas também são criadas, anúncios de liberação de recursos federais e estaduais, enfim, planos de reconstrução! A verdade é que as pessoas estão morrendo! E que são tratadas como meros objetos ou perdas nestas situações calamitosas.

A cada ano que passa, estamos assistindo ou mesmo participando destas calamidades, tragédias que atingem a todos nós!

Graças a Deus que, diante muitas vezes da incompetência de nossos gestores e do nosso egoísmo, a fraternidade surge como esperança que poderá modificar tais situações!

A solidariedade das pessoas que se colocam a serviço dos necessitados, a Igreja que se mobiliza e outras entidades civis! Seja com a arrecadação, com o envio de mantimentos, seja pelo apoio espiritual, pois quando um membro do corpo de Cristo sofre, todo o corpo também sofre.

A nossa fraternidade precisa ser o motor que irá transformar a forma de ver a vida: a pessoa humana tem o seu valor! Ela é querida por Deus! E por isto, o objetivo das políticas públicas de prevenção deve ser a pessoa humana.

Mudanças na natureza e desequilíbrios ambientais são frutos, também, das nossas decisões egoístas: de cuidar só do que é meu, de gastar, de desperdiçar, enfim, esquecendo que moramos em uma grande comunidade: o planeta Terra!

Por isto, participe com as suas doações, mas também com as suas orações pelas vítimas! Pelos seus entes perdidos, pelas perdas materiais. Para que eles não percam a percepção de que o Senhor está presente, com sua Providência, sempre, do lado dos mais necessitados, que são estes nossos irmãos.





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