domingo, 9 de janeiro de 2011

A Nova Evangelização e a formação da consciência

Por Marcos Sabater - Seminarista no Redemptoris Mater
No Domingo seguinte à Epifania celebramos o Batismo do Senhor, uma festa que nos convida a refletir sobre a nossa vivência cristã a partir do batismo. Ter recebido o tesouro da fé que nos catapulta à vida eterna é algo que não pode ser escondido, menos ainda no tempo em que vivemos marcado pela secularização e o falso messianismo econômico-político.

As águas batismais são um apelo para tomar a sério a Nova Evangelização, que significa partir do encontro pessoal com a humanidade de Cristo e submeter-se ao mistério do grão de mostarda. O problema de muitos agentes de pastoral, catequistas, leigos e até padres consiste em que tentam ganhar os homens para si, quando deveriam obtê-los de Deus para Deus. As suas vidas não são um reflexo da beleza divina.
A raiz é sempre a mesma: não possuem uma intensa vida de oração nem vida interior. Se Jesus Cristo redimiu o mundo com o seu sofrimento e a sua morte, por quê persistimos em resgatar os homens que jazem prostrados na morte dos seus pecados com métodos já ineficazes? Por quê ainda continuamos com esquemas e modelos pastorais que caem no ritualismo externo e que não salvam a ninguém porque não estão orientadas àquilo que realmente é importante?
Toda Evangelização visa quatro elementos que impedem de cair na tentação de fazer de Jesus uma ideologia ou de adaptá-lo aos nossos interesses: 1º a conversão (abandonar a auto-suficiência, experimentar que a fé é um dom, descobrir e aceitar que preciso dos outros e de Deus, do seu perdão e amizade); 2º o Reino de Deus (Ele existe, vive e age no mundo e na vida de cada um de nós); 3º Jesus Cristo (nos chama para segui-lo e introduzir-nos na comunhão amorosa da família, e submergir-nos na morte com Ele para ressuscitar); 4º a vida eterna (assumir a responsabilidade dos nossos atos perante Deus).
O nosso é um ambiente descristianizado pelo fato de que muitos que se dizem cristãos, em realidade não possuem uma consciência bem formada. Nestes cinco séculos de evangelização, quem é corresponsável do incremento das seitas no Brasil, da aprovação de leis que atentam contra a vida e a família com os votos de muitos cristãos, da teologia da libertação que -confrontando razão e fé entre si- continua ideologizando um Jesus marxista? Seria bom questionar-se cada um para si.
A evangelização deve ser nova por seu ardor, seus métodos e sua expressão, sem pretender agradar aos homens. Hoje mais do que nunca as nossas dioceses e paróquias precisam de uma iniciação à vida cristã e de uma formação permanente que conduzam as pessoas a reviverem o seu batismo e a impregnarem todos os aspectos da vida com o espírito do Ressuscitado.
 Confira a Intervenção do Cardeal Joseph Ratzinger no Congresso dos Catequistas e dos Professores de Religião (10/12/2000) clicando aqui.

 

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