Pe. André Lima
Coordenador do Setor de Comunicação
Arquidiocese de Brasília
Prezado leitor, neste período, onde muitos saem de férias, convém resgatarmos nestes editoriais, o tema da oração, a partir das catequeses de Bento XVI que ele realizou durante todo o ano, após instaurar uma escola de oração, encerrando-as na última quarta feira de novembro do ano passado.
Por isto, eu selecionei algumas catequeses e vamos refleti-las ao longo deste mês. Ele nos questiona sobre o que é meditação? Nos responde dizendo que é «fazer memória» do que Deus fez e não esquecer os seus numerosos benefícios segundo o Salmo 103, 2b.
Diante das nossas dificuldades, temos a tendência de ver só as coisas negativas. Contudo, temos que conservar na nossa memória também as coisas positivas, os dons que Deus nos concedeu e prestar atenção aos sinais positivos que vêm de Deus e fazer memória dos mesmos.
O Papa nos fala de uma prece que na tradição cristã é chamada «oração mental». Nós conhecemos a oração com palavras, naturalmente também a mente e o coração devem estar presentes nesta oração. Ele nos propõe uma meditação que não é de palavras, mas que nos coloca em contato com o coração de Deus.
Para aprender este tipo de oração, faz-se necessário observar o exemplo de Maria como um modelo muito real. O evangelista Lucas repete várias vezes que Maria "conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração" (2, 19; cf. 2, 51b).
Isto porque ela estava atenta a tudo o que o Senhor lhe dissesse e fizesse, e meditava, isto é, entrava em contato com várias realidades, aprofundando-as no seu coração.
Quando observamos o nosso cotidiano, percebemos que vivemos absorvidos por numerosas atividades e compromissos, preocupações e problemas. E o que falar do fim do ano, da corrida das compras, das confraternizações. Parece que temos de viver todo o ano no mês de dezembro, preenchendo todos os espaços do dia, sem termos um momento para parar, para meditar e para alimentar a vida espiritual, ou seja, um contato com Deus.
Bento XVI nos diz que Maria nos ensina como é necessário encontrar nos nossos dias, com todas as atividades, momentos para nos recolhermos em silêncio e meditar sobre aquilo que o senhor nos quer ensinar, sobre o modo como está presente e age no mundo e na nossa vida: sermos capazes de parar um momento e de meditar.
Ele nos diz que também o santo rosário é uma prece de meditação: repetindo a ave-maria somos convidados a repensar e meditar sobre o mistério que proclamamos. Mas podemos meditar inclusive sobre alguma experiência espiritual intensa, sobre palavras que nos ficaram gravadas mediante a participação na Eucaristia dominical.
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