quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Verbum Domini


Prezado leitor, continuamos, hoje, as nossas meditações sobre a exortação Verbum Domini do papa Bento XVI.

O texto nos diz que em Jesus todas as promessas de Deus Pai se tornam um sim em sua vida. O homem precisa se confrontar diante da palavra de Deus, e isto deve ocorrer durante toda a sua existência.

Toda pessoa é o objeto da palavra que interpela, que chama e que convida a entrar em diálogo livre de amor. Deus nos torna capazes de escutar e responder a palavra divina.

Isto porque nós fazemos parte da religião da Palavra, não do livro. Como nos diz “o cristianismo é a 'religião da palavra de Deus', não de 'uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivo'." (7)

A palavra de Deus, portanto, é viva, dinâmica e alcança todo o ser humano. Ninguém pode se fechar a este campo de diálogo com seu criador por desconhecer a vontade do Pai expressa na palavra.

O homem carrega em si várias perguntas existenciais. Tais questionamentos são igualados a uma sede vital da pessoa. E Deus responde a esta sede que se encontra em todo coração humano.

O nosso Deus intervém e fala na história da humanidade em favor e da própria salvação do homem. A palavra de Deus tem a capacidade de enfrentar a vida diária e seus problemas, dando respostas e propondo caminho de discernimentos, pois foi para isto que Cristo veio para que tivéssemos vida em abundancia.

A Escritura se relaciona com a Liturgia: "todos os fiéis sejam educados para saborear o sentido profundo da palavra de Deus que está distribuída ao longo do ano na Liturgia, mostrando os mistérios fundamentais da nossa fé." (52) é vivenciando a Liturgia que adentramos no ponto central: a presença de Deus na história da salvação e na nossa própria vida.

É pela Liturgia que podemos entrar em um diálogo concreto com o Senhor, descobrindo seus ensinamentos e conversando com Ele. Ela dá sentido à existência humana que se encontra diante do chamado divino.

Ao percebermos bem, o pecado humano tem como base a desobediência e a não escuta da Palavra. Participar da Liturgia, vivenciar e responder a esta palavra que interpela significa também fazer a vontade de Deus.

Com isto, deve acontecer uma reciprocidade entre a palavra de Deus e a fé, observando o exemplo bíblico de Maria Santíssima. Ela nos ensina que a fé obediente à iniciativa de Deus plasma e configura cada instante da vida a vontade de Deus.

Maria se identifica com a palavra, como vemos no Magnificat. Esta oração é um retrato da sua alma, nos diz o Santo Padre. Ela, que é mãe da Palavra Encarnada, nos mostra um agir de fé, livre e se deixando transformar por esta mesma Palavra.

Por Pe. André Lima.

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