sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A Dengue ontem e a Dengue hoje

Por Pe. André Lima - Superintendente da Rádio Nova Aliança



O fato da expansão da dengue neste verão tem mobilizado as autoridades governamentais no âmbito Federal, Estadual e Municipal e vem sendo noticiado em todos os meios de comunicação social.


Agora, todos os órgãos de saúde dos estados e municípios terão de informar ao Ministério da Saúde, compulsoriamente e no prazo de 24 horas, as mortes e os casos graves da dengue. A decisão é do Ministro da Saúde Alexandre Padilha, adotada nesta quarta-feira (26).

A dengue passa a fazer parte de um grupo de 19 enfermidades que precisam ser comunicadas ao Ministério em 24 horas com urgência. Segundo a Portaria Ministerial, os casos de dengue seguem o fluxo rotineiro de notificação semanal, mas os casos graves, os óbitos e os casos produzidos pela dengue hemorrágica precisam de um melhor acompanhamento, o que justifica a sua inclusão entre as doenças de notificação imediata.

De acordo com o mesmo órgão federal, a medida vai possibilitar a identificação precoce e a adoção imediata de medidas necessárias ao combate para evitar novas mortes.

No nível do planejamento ministerial parece que a dengue terá a devida atenção e será combatida de verdade e quem sabe, alcançar a sua erradicação. Porém, não é o que vemos e ouvimos nos meios de comunicação.

Alguns fatores ajudam para que todos os anos, sempre neste período, tenhamos esta enfermidade no topo das notícias e o pior, com o agravamento por termos mais vítimas fatais!

Atribui-se diversos fatores a sua presença devastadora: as medidas de controle dos vetores de dengue são poucas ou inexistentes; o crescimento da população com grandes mudanças demográficas; a expansão e alteração desordenadas do ambiente urbano, com infraestrutura sanitária deficiente, propiciando o aumento da densidade da população; a ausência de políticas contínuas de saúde, entre outras.

Ao fazer uma pequena pesquisa, deparei-me com as referências à dengue no Brasil que remontam ao século XIX! Em 1865 foi descrito o primeiro caso de dengue no Brasil, na cidade de recife. Sete anos depois, em Salvador uma epidemia de dengue levou a 2.000 mortes. Em 1846, a dengue é considerada como epidêmica, atingindo vários estados, como Rio de Janeiro e São Paulo.

No início do século XX, em 1903, Oswaldo Cruz, um grande sanitarista, implantou um programa de combate ao mosquito que se prolongou por anos. E entre 1923 até os anos 80, a doença foi praticamente eliminada do país.

É interessante olhar a história e perceber que neste ponto, mais uma vez, não aconteceram políticas públicas de saúde continuadas que combatessem esta epidemia ao ponto de manter na erradicação.

E assistimos, hoje, as autoridades criando várias metas que apenas atingem o curto prazo, ou seja, só neste período do ano, e esquecem ou fazem esquecer que o combate tem de ser feito durante todo o ano.

Neste momento, vemos pessoas que lotam os postos de saúde e nos hospitais em alguns estados e municípios menos favorecidos e que não são atendidas, passando a sofrer sem atendimento. Sem contar, aquelas que falecem da versão mais violenta da doença que é a hemorrágica.

Nós também somos importantes neste processo de combater tal doença. É preciso cuidar da sua casa, dos locais onde há água parada, a fim de não termos criadouros para que esta enfermidade se alastre. Além de desenvolver uma cultura de respeito ao meio ambiente!

Podemos nos perguntar: e o cristão, o que deve fazer? É preciso, muita atenção neste período chuvoso e quente! Mantenha limpa sua residência. Isto é uma atitude concreta do cristão, além de ser uma demonstração de amor ao próximo.

Um comentário:

  1. Começamos na Paróquia Nossa Senhora da Assunção, em Ceilãndia, a divulgar as maneiras para evitar a proliferação da dengue.
    Estamos com um cartaz no mural da Paróquia e também estamos distribuindo panfletos após a Benção Final das Santas Missas.
    Recebemos o material da campanha contra a dengue através da Arquidiocese de Brasília.

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